Mulheres no Comércio Exterior

Para alcançar cargos de trabalho reconhecidos e prestigiados, é necessário ter - e manter ao longo da carreira - forte dedicação, foco, criatividade, integridade, empatia e persistência, independentemente de gênero. Todavia, não se pode ignorar que ainda existe certa desigualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho. Vamos entender um pouco mais sobre as mulheres no comércio exterior e suas perspectivas.

Um ranking de igualdade salarial, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, colocou o Brasil na 124º posição de 142 países. De forma geral, atualmente 45,3% dos trabalhadores são mulheres que recebem, em média, R$ 13,00 a hora, enquanto homens ganham R$ 14,20, aproximadamente, sendo que o nível de escolaridade delas é maior (22,8% das mulheres empregadas têm ensino superior, em contraposição, apenas 18,4% dos homens possuem esse nível de escolaridade). Em áreas de liderança, como de gerência e diretoria, as mulheres no Brasil ocupam, respectivamente, 42,4% e 13,9% dos cargos, chegando a receber quase R$ 2.000,00 a menos que homens da mesma posição. 

O mundo do comércio internacional segue a mesma tendência. Dados de uma pesquisa realizada por Monnike Garcia, fundadora do projeto Mulheres no COMEX, mostram que 31% das mulheres entrevistadas ocupam cargos de gestão e 54% são pós-graduadas e ocupam cargos de analistas, importadoras, exportadoras, despachantes aduaneiras e consultoras especializadas. Mesmo assim, fica um questionamento: afinal, se as mulheres possuem alta escolaridade e os requisitos necessários para atuar no comércio exterior, por que poucas ocupam cargos de liderança? 

A pesquisa de Garcia revelou que as principais dificuldades das mulheres no comércio exterior estão relacionadas à capacitação, participação em feiras, precificação, gestão de negócios e administração do tempo. Em relação a esse último, vale ressaltar que é muito comum mulheres realizarem dupla - e até tripla - jornada de trabalho, sendo incumbidas de cuidar da casa e dos filhos, o que reflete diretamente na sua performance profissional. Recentemente, o IBGE divulgou que as mulheres brasileiras gastam quase o dobro de horas semanais para lidar com afazeres domésticos do que os homens. 

Além disso, embora no cotidiano corporativo pouco seja falado sobre, as mulheres são vítimas constantes de violência verbal, psicológica e sexual e, muitas vezes, suas opiniões e considerações são ignoradas e limitadas por outros colegas. Portanto, seus ambientes de trabalho acabam por se tornarem nocivos e inseguros. Dessa forma, é de suma importância que os atuais e futuros líderes cultivem uma cultura organizacional que viabilize espaços de oportunidades e condições iguais entre homens e mulheres, estabelecendo uma política de tolerância zero para casos de violência, assédio e preconceito.

A representatividade da mulher no Comércio Exterior é uma realidade, ainda que pequena, mas isso pode mudar através do posicionamento, do engajamento e da postura de cada mulher. A mulher de hoje está cada vez mais preparada para assumir cargos de liderança com responsabilidade e qualificação.

As barreiras de gênero são quebradas todos os dias pela garra de mulheres que batalharam e se dedicaram muito para chegar onde estão hoje e que instigam outras como elas a se inserirem no mercado de trabalho, transformando-o.

Nesse mês de comemoração das mulheres, a B2Brazil parabeniza todas aquelas que, apesar das dificuldades, não desistiram e, também, celebra as vitórias e jornadas de todas as mulheres dentro mercado internacional.

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